SOBRE A IGNORÂNCIA
Quisera saber das horas sem as angústias do devir.
N’outros tempos, bastariam-me os sonhos! Aqueles, os pré destinados.
Rotas já escritas, caminhos outrora traçados,
Todos eles pueris ou em anseios fundamentados.
Contos de fadas ou contos mal contados?
O percurso adoçado pela névoa da inocência,
Ou seria quintessência?
Mas o tempo, senhor dos aprendizados, tem por obra distinguir
Quimeras do que foi concretizado.
Traz a tona medos antigos, açula fraquezas por outro lado,
Faz dos dias um relógio aflito, faz de nós um guerreiro
cansado.
Onde moram aquelas certezas? Onde repousa o espírito
conformado?
Hei de reescrever a rota com o ônus da experiência,
Inexiste manual, subsiste a existência.
São outros os tempos, são outros os que estão por vir.
São outros os anos, um novo fluir.
Sabático. Quisera, no fundo, a ignorância de um futuro previamente
esboçado,
Mas a nova idade não deixa, há novos rumos, novos trajetos a
serem forjados.
(Elora Rafaela)
Post Scriptum:Sonhe.Sempre
(Elora Rafaela)
Post Scriptum:Sonhe.Sempre
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