8.8.14

SOBRE A IGNORÂNCIA


Quisera saber das horas sem as angústias do devir.
N’outros tempos, bastariam-me os sonhos!  Aqueles, os pré destinados.
Rotas já escritas, caminhos outrora traçados,
Todos eles pueris ou em anseios fundamentados.
Contos de fadas ou contos mal contados?
O percurso adoçado pela névoa da inocência,
Ou seria quintessência?

Mas o tempo, senhor dos aprendizados, tem por obra distinguir
Quimeras do que foi concretizado.
Traz a tona medos antigos, açula fraquezas por outro lado,
Faz dos dias um relógio aflito, faz de nós um guerreiro cansado.
Onde moram aquelas certezas? Onde repousa o espírito conformado?
Hei de reescrever a rota com o ônus da experiência,
 Inexiste manual, subsiste a existência.

São outros os tempos, são outros os que estão por vir.
São outros os anos, um novo fluir.
Sabático. Quisera, no fundo, a ignorância de um futuro previamente esboçado,
Mas a nova idade não deixa, há novos rumos, novos trajetos a serem forjados.

(Elora Rafaela)

Post Scriptum:Sonhe.Sempre